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sábado, 15 de agosto de 2009

CANTINHO DA SAUDADE

TEXTO DE GUILHERME NASCIMENTO


Era um confronto de Deuses...

Caro amigo torcedor, para quem tem saudade do Telecatch (aquela luta livre combinada, comum na TV dos anos 60), dos tempos de Ted Boy Marino, Fantomas (e outros), deve estar se esbaldando ao acompanhar o noticiário televisivo, afinal o “Vale tudo” se faz presente na “Guerra Santa” (Global e Universal... em brigas de comadres, se dizem as verdades...) ou na troca de acusações escabrosas no Senado (onde também vale o ditado acima), mas no final ninguém se machuca de verdade...

Porém dos anos 60 é preferível guardar recordações melhores... seja pelo aniversário do Festival de Woodstock ou pelas belíssimas apresentações dos grandes times brasileiros. E para mim, o mais expressivo, o mais significativo, o mais espetacular, era um Santos x Cruzeiro, como novamente ocorrerá nesta domingo, em Belo Horizonte.
Público aplaude a apresentação dos craques no Festival de Woodstock



A partir do inauguração do Mineirão, e enquanto Tostão permaneceu no time celeste, Santos e Cruzeiro era sinônimo de grandes apresentações. Era uma rivalidade sadia, onde vencia quem apresentava o futebol mais vistoso, mais clássico... ou quem tinha seus craques no dia mais inspirado. E craques não faltavam... Pelé, Tostão, Clodoaldo, Wilson Piazza, Gilmar, Raul Plassman, Edu, Natal, Toninho Guerreiro, Dirceu Lopes, Marinho Perez, Perfumo, Joel Camargo, Fontana, Ramos Delgado, Brito, Lima, Zé Carlos....

As partidas (decisivas ou não) eram aguardadas e a imprensa não economizava nos adjetivos para descrever o que ocorria em campo... o mais simples era “Um jogo de Deuses”, foi assim que a Revista Placar abria a matéria em 1970, na cobertura do Robertão. Leia a ficha técnica e entenderá:

27/09/1970

Santos FC 1x1 Cruzeiro EC (Belo Horizonte) – partida nº 2576
Local: Mineirão – Belo Horizonte (MG)
Competição: Torneio Roberto Gomes Pedrosa
Renda: Cr$ 218.155,00
Público: 50.513
Árbitro: José Aldo Pereira
Gols: Nenê 27’ (SFC) – Tostão 70’ (CEC)
SFC: Cejas; Carlos Alberto Torres, Ramos Delgado, Djalma Dias e Turcão; Clodoaldo e Lima; Manoel Maria, Douglas (Picolé), Nenê e Abel (Léo Oliveira)
Técnico: Antoninho
CEC: Raul; Pedro Paulo, Brito, Wilson Piazza e Vanderley; Zé Carlos, Dirceu Lopes e Tostão; Natal, Evaldo (Eduardo) e Hilton Oliveira (Rodrigues).
Técnico: Filpo Nuñes


Partida excepcional de dois super times... um desfile de grandes craques: Brito, Tostão, Dirceu Lopes, Zé Carlos, Cejas, Clodoaldo, Lima, Nenê... “um jogo de deuses”... Estréia espetacular de Cejas.0


Outro belo confronto foi em 1968, no Morumbi:



13/10/1968
Santos FC 2x0 Cruzeiro EC (Belo Horizonte) – partida nº 2415
Local: Morumbi – São Paulo (SP)
Competição: Torneio Roberto Gomes Pedrosa
Renda: NCr$ 182.368,00
Público: 29.469
Árbitro: José Mario Vinhas
Gols: Pelé 4’ e Toninho 86’
SFC: Cláudio; Carlos Alberto Torres, Ramos Delgado, Marçal e Rildo; Clodoaldo e Negreiros; Toninho Guerreiro, Douglas (Edu), Pelé e Abel.
Técnico: Antoninho
CEC: Fazano; Pedro Paulo, Procópio, Darci e Murilo; Zé Carlos (Wilson Piazza) e Dirceu Lopes; Natal, Evaldo, Tostão e Rodrigues (Hilton Oliveira).
Técnico: Orlando Fantoni
Pedro Paulo (CEC) e Negreiros (SFC) expulsos.


Nessa partida, após um choque violento com Pelé, Procópio fraturou a perna, ficando um longo tempo afastado dos gramados.

Em 1974, pelo Campeonato Brasileiro de 1973, um Santos já desclassificado para as finais enfrentou o Cruzeiro... mesmo assim quase 30.000 pessoas compareceram ao Pacaembu, afinal Pelé e Dirceu Lopes estavam atuando...

10/02/1974
Santos FC 0x0 Cruzeiro EC (Belo Horizonte) – 2857
Local: Pacaembu – São Paulo (SP)
Competição: Campeonato Brasileiro de 1973
Renda: Cr$ 200.746,00
Público: 29.056
Árbitro: Arnaldo César Coelho
SFC: Cejas; Vicente, Marinho Perez, Carlos Alberto Torres e Roberto; Clodoaldo e Léo; Jair da Costa, Eusébio (Cláudio Adão), Pelé e Edu.
Técnico: Pepe
CEC: Hélio; Pedro Paulo, Perfumo, Procópio e Vanderley; Wilson Piazza, Zé Carlos e Dirceu Lopes; Eduardo, Baiano e Palhinha.
Técnico: Ílton Chaves

Em 1971, o último duelo, Pelé x Tostão:



03/10/1971
Santos FC 1x0 Cruzeiro EC (Belo Horizonte) – partida nº 2659
Local: Mineirão – Belo Horizonte (MG)
Competição: Campeonato Brasileiro
Renda: CR$ 155.990,00
Público: 29.041
Gol: Dicá 56’
Árbitro: Armando Marques
SFC: Cejas; Orlando “Lelé”, Oberdã, Marçal (Paulo Dávoli) e Rildo; Lima e Dicá; Davi (Nenê), Mazinho, Pelé e Edu.
Técnico: Mauro Ramos de Oliveira
CEC: Hélio; Pedro Paulo, Perfumo, Wilson Piazza e Vanderley; Zé Carlos e Dirceu Lopes; Roberto Batata, Tostão, Evaldo (Baiano) e Lima (Eduardo).
Técnico: Orlando Fantoni
Pelé perdeu pênalti aos 89’ (Hélio defendeu)

Agora, todos os jogos dos tempos de Pelé, Edu, Tostão e Dirceu Lopes:

29/03/1966 – SFC 3x4 Cruzeiro – Mineirão – Público: 21.906 - Amistoso
30/11/1966 – SFC 2x6 Cruzeiro - Mineirão - Público: 77.325 - Taça Brasil
07/12/1966 – SFC 2x3 Cruzeiro – Pacaembu - Público: 30.000 - Taça Brasil
19/04/1967 – SFC 1x3 Cruzeiro – Mineirão – Público: 51.445 - Robertão
13/10/1968 – SFC 2x0 Cruzeiro – Morumbi – Público: 29.469 - Robertão
05/10/1969 – SFC 2x3 Cruzeiro – Morumbi – Público: 10.885 + 2.895 menores - Robertão
09/09/1970 – SFC 0x0 Cruzeiro – Olímpico de Caracas (Venezuela) – Público: 25.000 - Amistoso
27/09/1970 – SFC 1x1 Cruzeiro – Mineirão – Público: 50.513 - Robertão
03/10/1971 – SFC 1x0 Cruzeiro – Mineirão – Público: 29.041 - Campeonato Nacional
11/10/1972 – SFC 0x2 Cruzeiro – Mineirão – Público: 19.262 + 2.245 menores - Campeonato Nacional
10/02/1974 – SFC 0x0 Cruzeiro – Pacaembu – Público: 29.056 - Campeonato Nacional de 1973
13/04/1974 – SFC 1x0 Cruzeiro – Pacaembu – Público: 26.247 - Campeonato Nacional de 1974
28/07/1974 – SFC 1x3 Cruzeiro – Morumbi – Público: 40.616 - Campeonato Nacional de 1974

O Cruzeiro era um adversário a altura do alvinegro de Vila Belmiro... não era fácil bater Tostão & Cia...

E estarei acompanhando o Peixe (via internet) em BH. Trilha sonora: Joe Cocker (With a little help from my friends) e Milton Nascimento (Sentinela).


Pelé faz dueto com Tostão (ao fundo de azul) tocando violão

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