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sábado, 18 de dezembro de 2010

Taça Brasil - Robertão - Campeonato Brasileiro - Unificação de Títulos

O assunto nesse recesso futebolístico tem sido a unificação dos títulos nacionais. Pedi a alguns amigos que opinassem a respeito, eis as opiniões, com os mais diversos posicionamentos:


Acho essa mais uma (de uma enorme lista) das palhaçadas da CBF.
Acho que tanto o Robertão quando a Taça Brasil foram campeonatos disputados que merecem a total credibilidade, agora unificar isso, é misturar "alhos com bugalhos".
Os campeonatos antigos foram disputados e pronto, acabou-se. Quando surgiu o Camp. Brasileiro é um novo processo, uma nova fórmula e assim por diante.
Acho que a medida correta seria promover esse títulos, dar-lhes a gloria necessária e incentivar os times a mostrarem essas vitórias.
Ou tudo vira uma incrível palhaçada, como comentou o Juca em seu blog no UOL.

Acho que é isso. Afinal agora, Palmeiras e Santos tem 9 títulos nacionais, não podemos mais dizer que o Palmeiras não ganha nada!
Abraços

João Luiz P. de Araujo
(Estudante de publicidade na Faculdade Cásper Libero)



Um excelente debate histórico, meu caro Marcos. Vou direto ao assunto.

1) Não tenho nenhuma dúvida de que os campeonatos nacionais de 1968 a 1970 merecem ter o mesmo estatuto dos Brasileirões. a) Foram organizados pela CBD. b) Tiveram abrangência das principais regiões, com a inclusão de Bahia e Náutico, excluídos do Robertão 1967. c) Fluminense e Palmeiras representaram o Brasil na Copa Libertadores 1971, quando nosso país voltou a valorizar - até certo ponto - o torneio continental da América do Sul.

2) Quanto ao Robertão 1967, vejo que o caso deveria ser melhor examinado. a) Foi organizado pelas federações do eixo Rio-São Paulo. b) Como escrevi acima, não teve as participações de Bahia e Náutico, sendo, deste modo, um tanto restrito para ter o mesmo estatuto de campeonato nacional. Talvez devesse ser considerado de modo diferente das outras competições. Entretanto, aquele certame (!) vencido pelo Palmeiras merece, sim, entrar na "História Oficial" do nosso futebol!

3) Igualar a Taça Brasil ao Brasileirão é um verdadeiro absurdo. Pela fórmula mata-mata da competição, a CBF deveria raciocinar de forma simples e ver que só seria possível equipará-la à COPA DO BRASIL. Ainda assim, com cuidado, porque os campeões do eixo  Rio-São Paulo jogavam apenas as semifinais.

Em síntese, para que fosse justa a medida da CBF, a análise deveria ser feita caso a caso, ou, competição a competição. Não basta parar de ignorar a Taça Brasil, o Robertão e as Taças de Prata. É preciso avaliar cada evento corretamente. Sds Coloradas, amargando a decisão do terceiro lugar da Copa Mundial de Clubes, mas já bem mais preocupado com o futuro,  

Marcelo Dorneles Coelho
(jornalista, escreve no http://gol-de-letras.blogspot.com/)


                       Até 1974, a CBD publicava em seus boletins oficiais relação dos campeões do Torneio Roberto Gomes Pedrosa como campeões nacionais, acrescentando-os em suas estatísticas, modificando a redação posteriormente para satisfazer os interesses da Ditadura Militar, pois bem diferente dos rentáveis e de excelente nível técnico campeonatos de 1967 a 1970, os campeonatos nacionais passariam a ser instrumentos para satisfazer os interesses da ARENA, partido que apoiava a ditadura, com a inclusão de um número crescente de clubes, em geral de localidades onde a ARENA precisava de votos ou pretendia se expandir.    
  Nestes mesmos boletins, a CBD, ao contar a história do progresso do campeonato nacional, colocava o Torneio Rio-São Paulo como precursor do Torneio Roberto Gomes Pedrosa e em nenhum momento citava a Taça Brasil como competição integrante do campeonato nacional.
  Modificando-se na atualidade a interpretação histórica oficial e bem documentada, considerando-se a Taça Brasil como a primeira competição nacional de clubes, e por isso mesmo, devendo fazer parte desta lista, ela perde totalmente o sentido em 1967, com a criação do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, sendo que em 1968 nenhum clube de São Paulo disputou a competição, fracasso técnico, de mídia e de público que foi, pois na prática, as duas últimas edições já não faziam mais sentido.
   O Santos, que facilmente foi campeão de 6 edições da Taça Brasil disputando poucos jogos, não teve sucesso igual no Torneio Rio-São Paulo, de nível técnico muito mais elevado que a Taça Brasil.
   Aceitando-se a inclusão da Taça Brasil, mesmo das edições de 1967 e 1968, pois seria mais estranho ainda do que aceitar a Taça Brasil, deixar duas de suas edições de fora, por outro lado, valoriza-se mais a história do futebol brasileiro, de seus clubes e craques, único fator positivo para a aceitação da Taça Brasil como competição integrante do campeonato nacional, bem diferente do altíssimo nível do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, competição por onde desfilaram alguns dos maiores craques da história do futebol brasileiro em cada uma de suas edições, também sucesso de mídia e de público, com ínfimas diferenças entre a sua última edição e a edição de 1971.      

     Atenciosamente, Alexandre Magno Barreto Berwanger.  

(bancário, torcedor do Fluminense Football Club e colaborador dos blogs: Blog do Marcão, Blog do Radialista Carlos Ferreira e dos sites RSSSF BRASIL, Campeões do Futebol, Sabedoria Tricolor e Torcida Tricolor.)
.
Marcos,

Avalio de forma diversa.
Taça Brasil 1959/1968
1) A Taça Brasil ainda que sua estrutura seja parecida com a Copa do Brasil, tem diferenças fundamentais.
- Historicamente foi criada para apontar o campeão brasileiro, uma vez que não havia nenhuma competição nacional.
- Assim, a Taça Brasil era a única competição nacional nesse período e seus campeões eram campeões brasileiros.
- Aqui cabe utilizar como parâmetro que várias campeonatos nacionais na Europa em seu início também adotaram fase de grupo, mata-mata em diferentes formatos (Itália, Espanha, França, etc.).

Roberto Gomes Pedrosa 1967/1970
2) O Torneio Roberto Gomes Pedrosa em  1967 ensaia o primeiro modelo de competição nacional com inclusão de clubes do Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais.
- O Rio-São Paulo com o fracasso de 1966 deixa de ser interessante, ainda que tenha anos mais tarde uma tentativa de ressuscitá-lo.
- O embrião de uma competição nacional de superação ao mata-mata ganha fôlego e a Taça Brasil perde sua finalidade.
- Assim, a Taça de Prata ou Robertão sucede à Taça Brasil indicando seus campeões à condições de campeões brasileiros.

3) Campeonato Nacional/Brasileiro a partir de 1971
- É nada mais que o sucessor dessas duas competições.
- Dessa forma, todos os campeões da Taça Brasil e do Robertão/Taça de Prata se juntam aos campeões pós-1971.
- São todos legítimos campeões brasileiros.

Considerações à parte:
4) Palmeiras
- Alguns julgam uma excentricidade o fato de 1967 o Palmeiras acumular dois títulos no mesmo ano.
- Aqui cabe considerar que várias competições na América Latina são consideradas a parte: O torneio Apertura e o Clausura, daí há dois campeões nacionais no mesmo ano na Colômbia, Argentina, Uruguai, etc.

5) Flamengo
- O título de 1987 do Flamengo de 1987 é da Copa União, ainda que de caráter nacional, não é o título brasileiro (os módulos verde e amarelo tinha que se cruzar e o cruzamento não aconteceu pela negativa de Flamengo e Internacional PA se recusarem a jogar perdendo as partidas por WO, lembrando partida marcada adversários e juízes em campo, ausência dos dois).
- Em 1987 não há dois campeões, senão somente um único campeão o SPORT CLUBE DO RECIFE. 
- Portanto, o Palmeiras tem 8 (oito) títulos nacionais.
- E, senão de outra forma o Flamengo tem acumulado 5 (cinco) títulos nacionais.

6) Títulos esporádicos.
- Algumas tentativas ocorreram nos anos vinte e trinta do século XX de se disputar torneios nacionais.

Concluindo, é legítimo que os campeões brasileiros sejam definidos a partir de 1959.

Professor Ms Antônio Coelho de Souza do Nascimento. Geógrafo, especializado em Psicologia da Ideologia e Geografia Humana. Licenciado em História, Geografia e Pedagogia. Pesquisador do futebol brasileiro e internacional. Colaborador do Blog do Marcão e mantenedor do Blog do Professor Antônio Coelho e do Blog da Educação Ambiental de Mauá.

Amigos, a CBF ainda não anunciou sua decisão sobre a "unificação dos Campeonatos Brasileiros", mas alguns canais de notícia já dão como certa a equiparação dos "Campeonatos Brasileiros pós-1971" com o Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967-1970) e com a Taça Brasil (1959-1968). Já expus minha opinião sobre o assunto (leia aqui). Repito agora: se a CBF incluir mesmo a Taça Brasil, terá sido uma decisão política, e não técnica. Se a CBF respeitar sua própria história, reconhecerá apenas os Torneios RGP (como a própria entidade reconhecia em seus boletins da década de 70 - veja aqui).

Exponho abaixo mais onze argumentos para demonstrar que a Taça Brasil jamais poderia ser considerada um Campeonato Brasileiro. (que fique bem claro: isto não tira o mérito dos campeões, especialmente o Santos, pentacampeão da Taça Brasil, provavelmente o melhor time da história do futebol)

1) A Taça Brasil sempre foi, em todas as suas edições, uma competição exclusivamente mata-mata, formato totalmente diferente dos adotados no Campeonato Brasileiro, de 1967 até hoje.

2) Alguns clubes precisaram de apenas quatro ou cinco jogos, contra dois adversários, para conquistar a Taça Brasil. Equiparar um torneio assim com as atuais 38 rodadas do Brasileirão beira ao ridículo.

3) Considerando os doze grandes clubes brasileiros (Atlético, Cruzeiro, Grêmio, Internacional, Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo, Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco), cada Campeonato Brasileiro (1967-2010) teve a presença de pelo menos DEZ deles. Comparem com o número de grandes participando de cada edição da Taça Brasil:
- 1959: quatro (Atlético, Grêmio, Santos e Vasco).
- 1960: quatro (Cruzeiro, Fluminense, Grêmio e Palmeiras).
- 1961: quatro (Cruzeiro, Grêmio, Palmeiras e Santos).
- 1962: quatro (Botafogo, Cruzeiro, Internacional e Santos).
- 1963: quatro (Atlético, Botafogo, Grêmio e Santos).
- 1964: cinco (Atlético, Flamengo, Grêmio, Palmeiras e Santos).
- 1965: quatro (Grêmio, Palmeiras, Santos e Vasco).
- 1966: cinco (Cruzeiro, Fluminense, Grêmio, Palmeiras e Santos).
- 1967: cinco (Atlético, Botafogo, Cruzeiro, Grêmio e Palmeiras).
- 1968: cinco (Botafogo, Cruzeiro, Grêmio, Palmeiras e Santos), com dois abandonos (Palmeiras e Santos).

4) Torneios modernos, como a Copa do Brasil e a Copa dos Campeões, disputados por times classificados por critérios semelhantes aos da Taça Brasil, também teriam que ser elevados ao status de Campeonato Brasileiro, por uma questão de coerência.

5) A Taça Brasil de 1968 teve várias desistências, a tabela precisou ser reorganizada, e a final só foi disputada em outubro do ano seguinte. (para um público menor que 15 mil pagantes, numa época em que o Maracanã abrigava frequentemente públicos de mais de 100 mil pessoas).

6) A Taça Brasil de 1961 não contou com as presenças de Fluminense, Flamengo, Botafogo e Vasco. Imaginem um Campeonato Brasileiro sem um grande do Rio de Janeiro sequer...

7) Corinthians e São Paulo, dois clubes grandes do futebol brasileiro, nunca chegaram a disputar a Taça Brasil. É justo determinar que um clube é campeão brasileiro, sem dar chances a essas duas potências?

8) Seriam criadas distorções em várias estatísticas. O Inter deixaria de ser o único campeão brasileiro invicto (1979). Flamengo, Cruzeiro e Inter deixariam de ter disputado todas as edições do Campeonato.

9) O Atlético Mineiro eliminou o Botafogo nas quartas-de-final da Taça Brasil de 1967, acreditem, no cara-ou-coroa.

10) O Palmeiras passaria a ser considerado bicampeão brasileiro no mesmo ano (ganhou o Brasileirão e a Taça Brasil em 1967). Somente uma entidade bizarramente desorganizada aceitaria tamanha distorção histórica.

11) Também teríamos dois campeões em 1968: o Santos (que conquistou o Brasileirão de fato), e o Botafogo (que conquistou uma esvaziada Taça Brasil, já em outubro de 1969).

PC

Artigo do Blog “ http://jornalheiros.blogspot.com/”, link: “http://jornalheiros.blogspot.com/2010/12/argumentos-taca-brasil-nao-e-campeonato.html”, do Paulo Cezar da Costa, engenheiro e jornalista.



Marcos,

A minha opinião é que deve haver a unificação sim, mais não do jeito que está sendo divulgada. O Correto para mim seria:
Taça Brasil => Copa do Brasil.
Robertão/Taça de Prata => Brasileiro
Um abraço Marcos 
(Marcos Ibrahim, Pesquisador de Fichas técnicas de futebol. Com prioridade para o campeonatos estaduais da 1a divisão, futebol capixaba e Vasco da Gama - http://ibracrvg.blogspot.com/)


Marcão, segue minha  opinião
Não podemos tirar os méritos dos clubes que foram campeões, mesmo porque não foi tirado, eles estão lá na história como tal.
O que acho um absurdo é termos dois clubes campeões no mesmo ano, 1967 e 1968, aí começa o conflito. O fato da Taça Brasil indicar o clube participante da Libertadores e isto ser um dos argumentos para a unificação, chega a ser sofrível pois o “Brasileiro” no caso fica em segundo plano. Acho que os clubes deveriam ter reivindicado alguma coisa quando foi instituído como ‘primeiro campeonato brasileiro” o de 1971, trinta ou quarenta anos depois fica estranho. Tenho a impressão que os grandes times da época, principalmente Santos e Palmeiras, achavam que sempre seriam os maiores e não se importaram com isto, mas quando viram que foram ultrapassados e dificilmente alcançarão grandes conquistas seguidas, foram buscar o passado
Falando do Robertão, pela história, foi uma continuidade do Torneio Rio São Paulo e se ocorrer alguma unificação, seria o mais correto que fossem considerados campeões brasileiros, os que conquistaram no período de 1967 a 1970.
Abs
Rodolfo Pedro Stella Junior, colaborador e editor do Blog do Marcão (HTTP://brfut.blogspot.com)


Marcos
penso que o Robertões de  67 a 70 devem ser equiparados aos campeonatos realizados a partir de 71
já a Taça do Brasil 59 a 68 ,deve ser equiparada a copa do Brasil
Ricardo de Jesus Ayres, colaborador do Blog do Marcão (HTTP://brfut.blogspot.com)


Como podemos ver opiniões diferentes e todas com seu embasamento, diferindo apenas do foco que cada um dá ao tema, principalmente influenciado pela paixão clubística como não poderia deixar de ser.
Na minha opinião:
- Taça Brasil, é a Taça Brasil e ponto. Deve ser valorizada como um Torneio de campeões estaduais mas acho que não pode ser comparada nem a Campeonato Brasileiro nem a Copa do Brasil. Poderíamos a principio querer compará-la à Copa do Brasil, porem, acredito que a Copa do Brasil disputada nos moldes atuais é ridícula em função dos melhores times do pais não participarem da mesma (estão disputando a Libertadores). Não passa de um torneio classificatório. Acho que para torná-la um Torneio realmente importante todos os principais times do Brasil deveriam participar da Copa. Na minha visão deveriam participar todos os times da séries A, B e C, mais os quatro melhores da D, totalizando 64 times. Seria similar a tantas Taças Nacionais disputadas na Europa.
- Os Robertões e a Taça de Prata, principalmente esta, acho razoável que se considerem Campeonatos Nacionais, seriam na verdade Pré-Campeonatos-Nacionais, mas enfim. O medo é que provavelmente tudo vai virar uma tremenda bagunça, pois aí vem a Portuguesa, com alguma razão até, solicitando o recolhecimento do Rio-São Paulo (que era o Torneio Roberto Gomes Pedrosa) como Campeonato Nacional. Aí eu vou querer que os campeonatos Nacionais de botão que eu disputava com meus irmãos sejam recolhecidos também.

Marcos C.S. Nascimento, editor e colaborador do Blog do Marcão (HTTP://brfut.blogspot.com )

Um comentário:

PC Filho disse...

Fico feliz em ver um texto meu publicado em espaço tão especial, ao qual já recorri diversas vezes em minhas pesquisas.

Obrigado pela oportunidade.

Um abraço,
PC (Jornalheiros)